sexta-feira, 6 de novembro de 2009

AÇCÃO CATOLICA SEM MEDO DO FUTURO

Acção Católica sem medo do futuro
Celebrações das Bodas de Diamante decorrem neste fim-de-semana, no Porto

A Acção Católica continua a ter uma “incidência com capacidade de reflectir sobre a realidade porque os militantes estão inseridos na realidade”, disse à Agência ECCLSIA o Pe. Manuel Carlos, assistente do Fórum Nacional dos Movimentos da Acção Católica.
Numa relação próxima com os “pastores”, os elementos da Acção Católica (AC) agem no “mundo do trabalho e no mundo concreto” porque “são organizados para uma missão concreta”.
Neste fim-de-semana (7 e 8 de Novembro) comemorar-se-á o 75.º Aniversário da Acção Católica, no Seminário do Vilar e no Colégio dos Órfãos, na diocese do Porto. As Comemorações são promovidas pelo Fórum Nacional dos Movimentos da Acção Católica, constituído pelos seguintes movimentos: ACI (Acção Católica Independente); ACR (Acção Católica Rural); JARC (Juventude Agrária e Rural Católica); JOC (Juventude Operária Católica); LOC/MTC (Liga Operária Católica / Movimento de Trabalhadores Cristãos); MAAC (Movimento de Apostolado de Adolescentes e Crianças) e MCE (Movimento Católico de Estudantes).
No primeiro dia, mais de centena e meia de delegados farão uma leitura da vida e acção de cada movimento. «Ser Igreja na actualidade» é o tema abordado Isabel Varanda, Professora da Universidade Católica Portuguesa.
No Domingo, o Fórum é aberto a todos militantes que terão oportunidade de ouvir as conferências: “Missão Laical e Evangelizadora da Acção Católica - Perspectiva Histórica” por Paulo Fontes; “Papel e Missão dos Leigos na Igreja e no Mundo, vinte anos depois da Christifideles Laici” por D. Manuel Clemente, bispo do Porto e “Actualidade dos Movimentos da AC para a Igreja e para a sociedade” que será proferida por D. António Marcelino, bispo emérito de Aveiro.
Quando surge a ideia que Acção Católica pretende “promover o laicado associado, adulto, evangelizador e militante tem pertinência” porque existem “muitos grupos que se reúnem, mas andam um pouco à deriva”. Embora a Acção Católica esteja a passar por “uma situação de crise é importante olharmos para esta situação como um momento importante de relançar o futuro”, esclareceu o Pe. Manuel Carlos.
Contar com todos
Na eclesiologia de comunhão, “todos somos importantes na construção desta Igreja”. A aposta nos jovens e numa relação “mais profunda entre os movimentos e a própria hierarquia – não quero dizer que a hierarquia não esteja ao lado dos movimentos – são objectivos fundamentais”, referiu.
O também assistente nacional da JOC defende que “a AC não está moribunda nem a definhar”. A Acção Católica não é um movimento de massas e “não move multidões, porque trabalhamos no concreto”.
Ao relatar a sua experiência na JOC, o Pe. Manuel Carlos sublinha que os jovens “estão interessados nestas questões”. E acrescenta: “Nota-se que há uma revitalização”. O método da AC - «Ver, julgar e agir» - “ainda se mantém actual”.
“É tão actual que, se olharmos, várias instâncias fora do ambiente eclesial estão a usar técnicas e métodos muito semelhante”, disse.
O «ver» a realidade, o «julgar» à luz da história – do Evangelho e do magistério da Igreja – e o «agir» concreto a partir desses desafios continuam a modelar a AC. Em relação ao corpo orgânico da AC, o Pe. Manuel Carlos adianta: “há uma estrutura orgânica dos movimentos, mas a estrutura da AC geral não existe e não sei se irá ser ressuscitado”.
Após o fórum celebrativo, o sacerdote acredita que a “Acção Católica irá ganhar novo fôlego”, visto que “não podemos ficar fixos no passado”. E finaliza: “Devemos olhar o futuro com esperança, vale a pena arriscar”.


ECCLESIA 06-11-2009